quinta-feira, 1 de outubro de 2015

TREINAMENTO TÉCNICO NA CRIAÇÃO DE RÃ – TOURO (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802).


TREINAMENTO TÉCNICO NA CRIAÇÃO DE RÃ – TOURO (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802).


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, SOCIAIS E AGRÁRIAS
COLÉGIO AGRÍCOLA “VIDAL DE NEGREIROS”
CAMPUS III  BANANEIRAS - PB
CURSO TÉCNICO EM AQUICULTURA


TREINAMENTO TÉCNICO NA CRIAÇÃO DE RÃ – TOURO (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802).

ANSELMO COSTA BESERRA






BANANEIRAS – PB
Caixa de texto: [Digite uma citação do documento ou o resumo de uma questão interessante. Você pode posicionar a caixa de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a formatação da caixa de texto da citação.]DEZEMBRO- 2012

ANSELMO COSTA BESERRA




TREINAMENTO TÉCNICO NA CRIAÇÃO DE RÃ – TOURO (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802).






    Relatório apresentado á Coordenação do Curso Técnico em Aquicultura do Colégio Agrícola “Vidal de Negreiros”, do Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, sobre o estágio curricular realizado no Setor de Ranicultura do CAVN, em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Técnico em Aquicultura.


ORIENTADOR: Prof. Dr. Alex Poeta Casali
Supervisor: Antônio Rosendo Costa










BANANEIRAS – PB
DEZEMBRO- 2012







ANSELMO COSTA BESERRA




TREINAMENTO TÉCNICO NA CRIAÇÃO DE RÃ – TOURO (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802).



CONCEITO: _________

Data da defesa:_____________


Banca Examinadora:



________________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Alex Poeta Casali



_______________________________________________________
(1º Examinador)



______________________________________________________
Elton Roje Alves de Oliveira
(2º Examinador)



Dedicatória


Dedico primeiramente a Deus, por me ter dado essa oportunidade que é o término do meu curso, que me fez ver como a natureza é bela.
Dedico ainda às pessoas que sempre me deram apoio, em especial os meus pais: Eugênio de Oliveira Bezerra, Maria de Fátima Costa Bezerra e a minha tia, Rozita Batista Pequeno, meus irmãos e os demais familiares, que sempre me deram a maior força para estar aqui, pois eles estão sempre em minha vida, como incentivadores do meu estudo. Aos meus professores, que sempre tiveram muita paciência comigo, pois eles foram verdadeiros mestres em minha vida, tanto profissional como educacional.
Aos funcionários do Setor de ranicultura, Antonio Rosendo da Costa e Welton Nascimento, a estagiária Venessa, e ao chefe do setor e orientador: Prof. Dr. Alex Poeta Casali, assim como a minha turma de aquicultura 2011.1, a Vanessa, Bianca, Geysiane, Karina, Allene, Raquel, Joelson (o mago), Marcos, Jonathas, Euro, Alexandre, Arthur e Nakson.
A minha grande amiga, Gilgrace de Oliveira Santos, e em especial a todos que me ajudaram na conclusão deste curso.  




















AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, pois nada se move sem que seja de seu consentimento.
            Ao colégio Agrícola Vidal de Negreiros, pela lição de vida através do curso.
Ao Laboratório de Ranicultura e Produtos da Aquicultura e seus funcionários, pela oportunidade de estágio.
Ao Prof. Dr. Alex Poeta Casali meu orientador e aos demais professores que contribuíram para minha formação. Em fim, a todos aqueles que passaram pela minha vida nessa etapa, pois cada um deles teve participação especial.




RESUMO


            No presente trabalho objetivou–se descrever todas as técnicas relacionadas ao cultivo da rã–touro (Lithobates catesbeianus, SHAW 1802), desenvolvida no Setor de Ranicultura do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, campus III Bananeiras – PB. O Setor de ranicultura do CCHSA/UFPB emprega o sistema Anfrigranja de criação, que vem sendo utilizada e na Ranicultura Brasileira obtendo-se ótimos resultados, como alta produtividade, boa sobrevivência. Durante o estágio acompanhou-se todas as etapas da cadeia, desde a reprodução até a comercialização do produto final. Foi observado também no Setor de Ranicultura do CCHSA/UFPB, o aprimoramento de novas técnicas, como a reprodução induzida artificial, que embora ainda em estudos, foi desenvolvida com sucesso no estágio. Desta forma o estágio atingiu o objetivo de aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos durante o curso Técnico em aquicultura, permitindo o treinamento para atividade aquícola.












1.     InTRODUÇÃO


A rã é um anfíbio pecilotérmico (animal que sofre variações de temperatura de acordo com a que se observa no meio ambiente) e pelo regulamento da inspeção industrial e sanitário de produtos de origem animal (RIISPOA), as rãs são classificadas como pescado de acordo com o artigo 438 do decreto lei 1255 de 25 de junho de 1962, que diz “a denominação genérica “pescado” compreende os peixes, crustáceo, molusco, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce e salgada usados na alimentação humana”. (Brasil, 1960).
A ranicultura (criação de rãs) teve inicio como atividade agropecuária no Brasil por volta do ano 1935 com o ranário Aurora, no Rio de Janeiro. Desta época em diante vários ranários foram implantados por todo o Brasil e poucos tiveram algum êxito. Na década de 80, surge um novo método de criação, denominado Sistema Anfigranja, que é uma maneira de criação intensiva, que trás uma grande vantagem para os ranicultores, pois pode produzir uma grande quantidade de animais em uma pequena área (50 animais por metro quadrado).
No Brasil em 2006 tivemos uma produção estimada de 649 toneladas com o valor estimado de 7.173.000,00 distribuídas nos seguintes estados produtores: ACRE – BAHIA – MINAS GERAIS – CEARA – ESPIRITO SANTO – RIO DE JANEIRO – SÃO PAULO – GOIAS  além do DISTRITO FEDERAL (IBAMA, 2008).
E necessário ter técnicos treinados para trabalhar com os pequenos produtores que querem colocar seus ranários em funcionamento, assim terão maior chance de ter sucesso em sua criação, sendo treinados por pessoas especializadas.
Esse trabalho tem como objetivo o treinamento e capacitação de um técnico em aquicultura para atuação no ramo da ranicultura, desde a criação e o abate até a comercialização.







2.     REVISÃO BIBLIOGRÁFICA


2.1- INSTALAÇÕES PARA CRIAÇÃO DE RÃS


A ranicultura é uma atividade que vem se expandindo no país em anos recentes, especialmente após a década de 80. A rã utilizada nas criações comerciais é a rã-touro (Rana catesbeiana, Shaw 1802), originária da América do Norte, introduzida no Brasil na década de 30, e sofreu alteração em seu nome científico para Lithobates catesbeianus, segundo recomendações de Frost et al. (2006).
As técnicas para criação de rãs têm passado por crescente evolução com trabalhos desenvolvidos por pesquisadores em diferentes sistemas de produção, como: Fontanello et al. (1984 e 1987) propondo o sistema de produção em tanque ilha e gaiolas,  Vizotto (1979) com tanque múltiplos, Lima e Agostinho (1984) e Lima et al. (1986) com o anfigranja, e, mais recentemente, compreendendo-se todas as etapas de produção e ainda com a simplificação das instalações do ranário comercial, Lima e Agostinho (1992) com o desenvolvimento completo do Sistema Anfigranja, o que levou a otimização operacional das atividades de reprodução, girinagem e recria do ranário.

2.2- TAXONOMIA


(Segue a taxonomia detalhada para a rã-touro, segundo BARREIRA (2009) e o IHDCA 2010)
Filo: Chordata (possuem notocorda);
Sub filo: Vertebrada (vertebras);
Grupo: Gnatostomata (mandíbula);
Super classe: Tetrapoda (quatro patas);
Classe: Amphibia
Super ordem: Salientia (vagaroso);
Ordem: Anura (sem cauda);
Família: Ranidae(possuem membrana interdigitais)
Gênero: Lithobates;                                                                                                                                                                   Espécie: Lithobates castesbeianus  (Shaw, 1802)                                                                                                                                       Nome Popular:Rã – Touro.   
    

2.3- HISTÓRICOS DA RANICULTURA NO BRASIL


Consumir a carne de rã é um hábito tão saudável quanto antigo. Já era citado por Heródoto em seus escritos como fina iguaria que os gregos serviam aos comensais em comemorações da mais distinta e elevada sociedade. Consta que na China a rã é considerada como alimento a mais de quarenta séculos.
Ao contrário de outros países que praticam a caça ou cultivo extensivo, o Brasil, por sua vez, procurou desenvolver a tecnologia de criação em cativeiro, primeiramente através dos esforços isolados de criadores independentes, mais tarde com a efetiva participação de instituições de pesquisas, como universidades e outros.
A ranicultura foi introduzida no Brasil em 1935, quando foram importados da América do Norte os primeiros casais da espécie rã-touro (VIZOTTO, 1975). Nove anos depois surgiu o Ranário Aurora, com tanques de formas variadas, semelhantes aos utilizados na criação de peixes, com certa área de terra cercada por folhas de zinco ao seu redor (LIMA e AGOSTINHO, 1989).
Na década de 70, novos modelos de ranários foram propostos. Baseado na experiência de criadores surgiu o modelo chamado Tanque-ilha, cercado com cobertura de tela, e internamente possuía uma ilha onde se depositava o alimento para as rãs. Em 1977, foi fundada a Associação Brasileira de Criadores de Rãs - ABCR (LIMA, FIGUEIREDO E MOURA, 1995).
A tecnologia de criação de rã teve seu maior avanço a partir da década de 80, quando pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia propuseram as baias de recria denominada de “Confinamento” forçando o abandono do Tanque-ilha, tipo de instalação até então utilizada. Esse tipo de ranário era constituído por compartimentos com formatos retangulares, cercados por placas pré-moldadas de argamassa armada e cobertos com telhas de fibrocimento e telas de náilon, piso em cimento e, piscina que ocupa cerca de 25% da área da baia. A partir daí, outras propostas de instalações para ranário surgiram, resultando em melhorias consideráveis nos índices zootécnicos na fase de recria, com destaque para o “Sistema Anfrigranja” (LIMA, 2010).

2.4. PRODUÇÃO

A produção de rãs em cativeiro (ranicultura) é uma atividade relativamente nova. A cadeia produtiva compreende: a criação de rãs (ranários), a indústria de abate e processamento e a comercialização dos produtos oriundos da ranicultura.
 A Figura 1 ilustra todas as etapas da cadeia produtiva, que pode ser assim resumida: Inicia-se no ranário, onde se processam todas as fases do ciclo de vida das rãs: a desova, a fase de desenvolvimento do girino até a metamorfose e a recria (processo de engorda dos animais).
criacao

FIGURA 1 – Cadeia produtiva da ranicultura ilustrada com as instalações de um ranário.
Fonte: LIMA, S. L.., AGOSTINHO, C. A.   A Tecnologia da Criação de Rãs. Viçosa - MG: UFV, 1992. 166p.
Concluída a recria, as rãs são levadas para o abate nas indústrias de processamento especializadas (abatedouros),  seguindo rigorosamente as normas higiênico-sanitárias definidas pelos organismos de saúde pública. Processada e embalada, a carne é enviada para o mercado consumidor.

3. LOCAL DO ESTÁGIO


O estágio foi realizado no Laboratório de Ranicultura do Colégio Agrícola “Vidal de Negreiros” do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, onde o mesmo fica localizado no Município de Bananeiras – PB, no período de 05 de Março de 2011 a 05 de novembro2011, com o total de 240 horas. No Laboratório o sistema adotado é o ANFIGRANJA, sendo este caracterizado por ser um sistema intensivo, desenvolvido por Lima e Agostinho em 1988. A espécie utilizada é a rã-touro, sendo uma de pigmentação normal e a albina, quem vem sendo pesquisada frequentemente. 

3.1.  ESTRUTURA DO LABORATÓRIO DE RANICULTURA


            O Laboratório de Ranicultura e Produtos da Aqüicultura é composto de quatro blocos (galpões de 25 X 10 m cada).Está dividido em setores, como descrito a seguir.

3.2.1. Setor de reprodução.


Fica localizado o setor de reprodução, e uma sala para realização de experimentos, equipada com Minibaias, próprias para estudos científicos com capacidade de 40 animais cada com o controle de temperatura e foto período.


3.2.2. Setor de girinos


E composto por uma bateria de tanques sendo dois de alvenaria e dois de fibra de vidro e com capacidade de estocagem 18 mil girinos com uma densidade de cultivo de 2 litros por animal. Setor de girinos, que fica localizado entre o 3º e o 4º galpão. O setor é composto de quatro tangues, sendo, dois feitos de alvenaria, e dois de amianto

3.2.3. Setor de recria


O setor de recria fica localizado em um galpão, composto por 10 baias, sendo duas usadas para fase inicial de recria (imago), e 8 baias utilizadas para todas as fazes, deste imagos até chegar a fase adulta.As baias são compostas com:cochos, piscinas, e abrigos. Sendo duas com capacidade de 500 animais cada e oito com capacidade de 750 animais cada. Em um total de 7.000 animais por ciclo de produção.

3.2.4. Setor de apoio


      É composto por escritórios, banheiros, depósito de ração e laboratório de produtos vivos. Além desses compartimentos essenciais, o Ranário do CCHSA-UFPB ainda possui instalações complementares como sala de aula, laboratório de análise físico química, abatedouro e laboratório de novos produtos.








4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS


4.1. SETOR DE APOIO

A maior parte das atividades foi feita no recinto para a criação das moscas (moscário – Figura 2) e larvas (Larvário - Figura 3) que deve apresentar temperatura entre 25 e 27ºC e umidade ambiente de 70% além de boa iluminação e Ventilação para evitar o acúmulo de gases provenientes do substrato com larvas.

Figura 2 – Moscário                                                  Figura 3 - larvário

 

4.1.1. Ciclo de vida das moscas


A mosca domestica (Musca domestíca) é a espécie mais utilizada para alimentação das rãs.
O ciclo de vida das moscas compreende quatro fases bem distintas, apresentando metamorfose completa: Ovo; Larva; Pupa; e Adulto. Seu período de vida é em torno de 28 dias. A duração das fases (dias pode ser assim descritas: -àOVO; 2º ao 5º-à LARVA; 6º ao 10º-àPUPA; 11º ao 28º-àMOSCA

4.1.2. Moscário


É o local onde se criam moscas para produção de ovos, a partir dos quais serão obtidas as larvas. A gaiola, chamada de moscário (figura 2), é construída em madeira e tela de náilon branca ou verde, e mantido em uma sala climatizada. Deve possuir também lâmpadas incandescentes, para estimular a atividade das moscas. Dentro delas, na parte superior, são dependuradas tiras de plástico ou barbante para aumentar a superfície de pouso e facilitar a reprodução das moscas. Também se encontram em seu interior bandejas destinadas à alimentação e postura de ovos.
O setor possui três gaiolas distintas na criação das moscas, cada gaiola possui dimensões de 1 m³, ficam a uma altura de 50 cm do chão, é cercada  por tela de 1mm , dispõe de uma cortina de cor preta , destinada a facilitar o fornecimento de alimento e apropriada para  evitar a saída das moscas quando se faz o manejo diário.
Todos os dias se retiravam as bandejas onde eram feitas as posturas, juntamente com a vasilha onde se coloca o leite, sempre se verificava a bandeja do açúcar, pois se o mesmo se encontrasse em má condição devia-se fazer a troca. Logo após vazia-se a limpeza da vasilha do leite, com apenas uma esponja e água e por fim colocavam-se as bandejas das posturas contendo um novo substrato e a vasilha do leite.

4.1.3- Larvário


O larvário (figura 4) é composto por oito caixas, que são colocadas empilhadas uma sobreposta a outra, também contem uma lâmpada para auxiliar na eclosão das larvas.
 Primeiro coletavam-se as caixas de substrato contendo as larvas. Depois com a ajuda de uma placa de PVC, se retirava a camada superior do substrato, fazendo com que as larvas ficassem expostas a luz as mesmas sofrem de fotofobia, ou seja, tem medo da luz, isso fará elas procurarem o fundo da caixa, fazendo com que o substrato fique exposto e pronto para ser retirado, retirava-se o máximo de camadas de substrato possível, até sobrar apenas às larvas.
Em seguida colocam-se as larvas em uma bandeja plástica, acrescentando uma pequena quantidade de farelo de trigo para deixá-las mais soltas facilitando na sua locomoção, isso ajudará na hora que forem ser fornecidas as rãs.
Logo após preparava-se um novo substrato a base de farelo de trigo, ração de aves e água, todos esses componentes eram misturados com a s mãos até formar uma mistura uniforme, depois de realizar esse procedimento colocavam-se as posturas do dia anterior dentro das caixas onde está contido o novo substrato, essa postura é colocada dentro das caixas em partes iguais, sem ser necessário misturar, depois é só conduzir as caixas ao larvário, onde serão colocadas na parte superior da estante.


4.1.4 – Escritório


Durante o período do meu estágio no escritório da ranicultura fiz o acompanhamento das trocas de fichas de controle das baias de criação, organização dos relatórios de defesas e de livros disponíveis no setor de ranicultura (para estudos de alunos) e o acompanhamento de insumos, como materiais de limpeza para o setor.

4.2. SETOR DE REPRODUÇÃO


As desovas são realizadas no setor de reprodução, onde ficam as baias de mantença, são baias com capacidade para 10-20 animais por M2. Os animais machos e fêmeas ficam juntos, até o dia da aplicação do hormônio, para fazer a desova induzida, a qual praticada com sucesso no ranário.
Este tipo de desova permite um grande controle sobre a criação, pois permite determinar quando é o tempo certo para a desova permitindo desovas o ano todo, diferente da desova natural a qual depende de vários fatores da natureza (clima, chuva, pressão atmosférica, temperatura e fotoperíodo), já no laboratório e possível controla o fotoperíodo e a temperatura.

4.2.2- Desova induzida

1. FASE
Durante o período de estágio, todo o procedimento de indução hormonal e fertilização hormonal foram executados, conforme recomendações de Casali (2007), como se segue.
A desova induzida e realizada após o animal atingir a maturidade sexual, o animal a ser utilizado na desova induzida só poderá receber a aplicação do hormônio após atingir o peso mínimo que e machos acima de 250g fêmeas a cima de 340g.
Para fazer a desova induzida e preciso escolher a fêmea que tenha algumas características que indique a maturação sexual, sendo uma de sua principal característica o desenvolvimento abdominal, observando estas características separa-se a fêmea escolhida dos demais animas, sempre procurando manter a temperatura ideal (25 a 27˚C).
Após todo este processo aplica-se o hormônio repetindo a aplicação apos 12hs, depois da primeira aplicação. É necessário preparar certa quantidade de água para realiza a desova, esta preparação consiste em fazer a correção do pH da água em questão para 7. Após a segunda aplicação espera-se mais 12hs e faz a extrusão inicial para observar se o animal vai responder (desova), comprovando que o animal respondeu o estimulo, coloca-se o mesmo de repouso em um local (balde) seco para evita que a mesma venha absorver água, pois o excesso de água prejudicara os ovos que podem sair já hidratados, e assim os espermatozoides não poderão mais fecundar os mesmos.
Após comprovar que a fêmea vai desovar, selecionam-se quatro machos para cada desova, para se fazer à coleta de espermatozoides a serem utilizados na fertilização artificial. O procedimento seguinte é aplicação do hormônio nos machos, sendo que o animal leva aproximadamente trinta minutos para responder. Após este tempo, é feita a primeira coleta de sêmen, depois da primeira coleta, repete-se o procedimento de coleta do sêmen a cada dez minutos, este procedimento tem umas três ou quatro repetições sempre colocando o sêmen em um coletor resfriado (este procedimento e muito importante para manter os espermatozóides em boas condições para a fecundação). Após ser realizada a coleta do sêmen, providencia-se a extrusão da desova da fêmea em um coletor (bacia) limpo e seco. Realizada a extrusão espalha-se o sêmen por cima dos ovos misturando bem para uma fecundação completa, se necessário pode ser utilizado um pouco de água a qual serra utilizada para completar o processo da fecundação, misturando o sêmen com os ovos deixa-se repousa por dois minutos, depôs os ovos são colocados na água, com o pH corrigido, mexendo levemente para a total hidratação da mucilagem, após mais dois minutos espalha-se os ovos em algumas caixas para a incubação.

4.3.  SETOR DE GIRINOS


4.3.1.  Larvicultura


A fase de incubação da desova pode ser feita já no setor de girinos, quando após 12hs da extrusão e fertilização da desova, é colocado 1L de água e após mais 12hs 2L repetindo o processo durante dois dias. No quarto dia se faz a coagem das larvas, estas coagem consiste em separa as lavas (futuros girinos) da mucilagem que e prejudicial para as mesmas.
Feita, a coagem pode encher a caixa até o nível máximo de uma só vez, onde as larvas vão permanecer ate completar sete dias período este em que tem esgotado todos os nutrientes do saco vitelino.

4.3.2. Girinagem


No sétimo dia de larvas, as mesmas serão soltas nos tanques de girinos, previamente limpos e preparados A quantidade de água deverá ser na proporção de 2L para cada girino. Na preparação do tanque utiliza uma proporção de 2 kg de terra para cada 1000L de água, esta terra e colocada aos poucos no tanque que contem dentro uma estrutura de canos de PVC perfurados e direcionados para o centro do tanque para revolver e mistura bem a terra com a água para manter por mais tempo a terra em suspensão, aonde a mesma vai contribui para o crescimento do tipo de fitoplancton adequado aos animais e também será ingerido pelos mesmos.
Feito isto, se solta às lavas no tanque de girinos, e começa a se jogar periodicamente a infusão. Essa infusão é simplesmente um balde de 20litros de água com ração de girinos, que fica em descanso por dois a três dias.
A troca total de água do tanque ocorre a cada cinco dias, processo deve ser repetido ate que os animais estejam com uma grama, de peso vivo. Após atingirem um grama se para de jogar a infusão, e continua alimentando os animas só com a ração em pó na proporção mediante a biomassa contida no tanque.
As instalações do setor de girinos do laboratório de ranicultura e composto com uma bateria de tanques de alvenaria e fibra de vidro (figura 4), devidamente dimensionados estruturalmente, aliado a um bom projeto hidráulico para suprimento de água limpa e drenagem de impurezas. 

Figura 4 – Setor de Girino

4.3.3 - Classificação dos estádios de Girinos


Durante o período de estágio foi vivenciado o manejo de girinos nas diferentes fases de criação conforme a classificação proposta por Lima e Agostinho (1988).

G1 fase de crescimento dos girinos em que ainda não teve iniciou a metamorfose neste período o girino cresce muito rápido dependendo da temperatura que poderá altera o metabolismo dos animais.
Figura 5 – Fase G1

G2 nesta fase já e possível observa as patas traseiras se desenvolverem externamente, mas as dianteiras também já desenvolvem internamente nesta fase os girinos continuam a se alimenta com bastante freqüência (continuamente) e a ganhar peso.
Figura 6- Fase G2

G3 nesta fase o girino inicia a pré metamorfose e diminui um pouco o ritmo da alimentação as patas posteriores já estão totalmente formadas e expostas

Figura 7- Fase G3

        G4 aproximando-se da metamorfose os girinos já estão com as patas totalmente prontas as posteriores bem definidas com a forma das patas de uma rã adulta as anteriores continua dentro do corpo podendo ser notada apenas por uma leve deformação do corpo.
Figura 8- Fase G4
G5 e o clímax da metamorfose e nesta fase que o animal apresenta todas as patas e que deixa de se alimenta com a ração oferecida, pós fará uso da reserva energética que foi depositada na cauda, enquanto ele consume esta reserva procura fica o mais quieto possível ate concluir a metamorfose. E nesta fase que os animais são recolhidos para que termine a metamorfose em uma caixa com capacidade para 400 animais, nesta caixa tenta-se simula um ambiente natural fazendo uso de uma planta aquática de nome aguapé e troca-se a água todos os dia, os animais terminando a metamorfose serão transferidos para o setor de recria.
Figura 9- Fase G5

4.4 - SETOR DE RECRIA

Local de terminação ou engorda de rãs, esta composto por dez baias enumeradas da seguinte forma A, B, 1A, 1B, 2A, 2B, 3A, 3B, 4A e 4B (figura 7).
Figura 10 – Visão geral do Setor de Recria

Estas baias estão dotadas dos requisitos básicos para que as noções básicas de ecologia sejam respeitadas, sendo o ambiente de confinamento dotado com abrigos, cochos, água e outros recursos de modo a oferecer conforto aos animais (figura 8).
Figura 11– Detalhe de uma Baia de recria.

As baias A e B recebem as rãs logo após a metamorfose. Os animais permanecem lá por cerca de 30 dias e posteriormente serão redistribuídos nas outras baias, após uma triagem, que é feita de forma homogênea com objetivo de padroniza o lote para o abate.
Neste setor, o manejo é simples, mas exige uma atenção especial no dia-a-dia dos animais.  As rãs eram alimentadas todos os dias, logo após o manejo de limpeza das baias. O fornecimento de ração era calculado de acordo com a biomassa e com o total de ração que avia sobrado do dia anterior. Para isso utilizava-se uma tabela, onde era anotada a quantidade de sobras do dia anterior, se essa quantidade fosse superior a 200 g no dia seguinte era diminuído 100 g de ração, se fosse inferior a 200 g fornecia-se a mesma quantidade que foi fornecida no dia anterior, mais se não houvesse sobras era aumentado 100 g de ração no fornecimento.  Para o fornecimento era utilizado um recipiente com medidas em grama, cada baia recebia porção de acordo com a quantidade de animais que ali estavam, espalhava-se a ração no cocho, depois as larvas eram fornecidas por cima da ração. Como se sabe as larvas sofre de fotofobia, ou seja, tem medo da luz, isso faz com que elas se mexam e movimentem a ração atraindo as rãs para se alimentarem. Pois as rãs só se alimentam daquilo que está se movimentando.

O trabalho deve ser feito com atenção na limpeza completa das baias, ou seja, retira toda a sobra de ração, lava bem o espaço compreendido entre a piscina e o cocho como também e indispensável lavar a piscina, isto depois de conduzi os animais na direção dos abrigos. Esta condução e muito importante nos primeiros dias dos animais na baia, fazendo com que eles percam o medo de deixa a piscina e percorrendo o trajeto entre piscina e abrigo ou vice-versa eles terão que passar obrigatoriamente pelo cocho, onde está a ração, facilitando assim o encontro com o alimento.
Além destes cuidados, nos primeiros dias, o tratador devera seguir com exatidão a tabela de alimentação para recria, sendo a larva oferecida varias vezes após o manejo matinal. Para os animais nos primeiro dez dias são oferecidas larvas quatro vezes ao dia. Para animais de onze a vinte dias, é oferecido duas vezes ao dia. Após vinte dias os animais receberão larvas apenas uma vez ao dia, na baia de recria na proporção de apenas 30%. Este valor será baseado na quantidade da ração oferecida, que diminuirá de acordo com o ganho de peso dos animais, chegando ao final da engorda do lote, que será quando os animais atingirem 180g, oferecendo apenas a proporção de 5% de alimento vivo.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS


Ao término desse estágio, tive a oportunidade de conhecer melhor a criação de rã do setor de Ranicultura do Centro de Ciências Humanas Sociais, e Agrárias, observando e praticado atividades relacionadas com a criação, como o manejo diário, alimentar, sanitário, além de ter contato intensivo com a espécie existente, rã – touro (Lithobates catesbeianus), e mais indicada para a produção de carne.
Desta forma o estágio atingiu o objetivo de aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos durante o curso Técnico em aquicultura, permitindo o treinamento para atividade aquícola.

 


6. Referências

BARREIRA, V. B.; Análise Bacteriológica da Carne de Rã-Touro (Lithobates astebeianus) Comercializada no Município do Rio de Janeiro, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Niterói. 2009. 85p. Disponível em: http://www.uff.br/higiene_veterinaria/teses/viviane_barreira.pdf. 

CASALI, Alex Poeta. Apostila de Ranicultura. Universidade Federal da Paraíba, Curso Técnico em Aqüicultura, 2007.

FONTANELHO,D.;Soares,H.A;MandelleJR.Santos,L.E.;penteado,L.A.;COMPOS,B,E.S.eteis,j.m.estaçãode reprodução da rana castesbeiana shaw1802,criadas em ranários comercial ea infruencia de fatores climáticos sobre o numero de desovas.bol.inst.pesca,são Paulo,SP,v.2(único)dez.1984.   
                                                                                                          
FONTANELHO,D.;SOARES,h.a.;mandelli.jr.,j,;penteado,l.a.;Rodrigues,a.j.;josto,c.l.ecampos,b.e.s.infruencia da densidade populacional na sobrevivência de rã-touro(rana catesbeiana.shaw.1802)em criação intensiva. rev.fac.med.vet.zoot.,v.24,m.2,.p.213-216,1987.   

FROST,D.R;ET.al;the Amphibian tre of life. Bulletin of the American museum of natural history,N.297.PG 1 370,2006.

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Estatísticas da pesca 2006 Brasil: grandes regiões e federação e unidade da federação/ Brasil IBAMA, 2008, 145p.

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